DANÇA

                                                                                                                  

Danças

A dança em Angola distingue diversos géneros, significados, formas e contextos equilibrados a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual, e mesmo de intervenção social.

A dança não se restringe ao âmbito tradicional e popular, manifestando-se igualmente através da linguagem académica e contemporânea. A presença constante da dança no quotidiano é produto de um contexto cultural apelativo para a introdução de estruturas rítmicas desde cedo.

Uma das mais fortes expressões culturais em Angola é a dança tradicional, executada com instrumentos de percussão, principalmente tambores e marimba, ao som de cântico entoados por solistas a acompanhado de coro, criando uma polifonia cativante. A energética coreografia é inspirada no folclore de cada região e tem significado social, pois representam os costumes da comunidade.

Embora transmitida de geração para geração, nas zonas rurais a sua aprendizagem pode ter lugar nas escolas de iniciação para ambos os sexo, as quais preparam jovens para a vida social e espiritual. É o caso dos Akixe ou bailarinos mascarados preparados pela Mukanda, a escola tradicional de iniciação masculina entre povo Cokwe. O uso da mascara de dança é exclusividade masculina, podendo evocar o espírito de um antepassado.

O estabelecimento desta comunicação entre o mundo real e o sobrenatural, é também expresso nas coreografias resultantes do estado de transe inerente aos rituais de xinguilamento, muito vulgares em Luanda. Ocultando sempre a sua verdadeira identidade, bailarinos com mascaras femininas exaltam as qualidades e belezas das mulheres. Outros, com mascaras de características zoomórficas interpretam movimentos de animais da região.

Seitas chamadas a julgar e a punir aqueles que, transgredindo as normas ancestrais, surgem da floresta envergando pesadas máscaras como é o caso dos Bakamas, da região de Cabinda. Eles (Bakamas), afirmam-se como protectores da terra e da comunidade cabindensa.

Na região do Uíge, existe a dança dramática que acompanha os rituais funerários de caçadores, entre os povos da etnia bazombo, incluindo cenas de caça, com armas, crânios e chifres de animais. Um outro contexto importante da dança dramática é o carnaval angolano, no qual os dançarinos representam, por meio da sátira, criticas ao regime colonial português, ilustrando o sofrimento e a miséria que o povo vivia no tempo colonial.

Nos anos 80 deu-se uma revolução nos estilos musicais e na dança, muitos nomes surgiram e outras fusões aconteceram: a dança semba, alguns começaram a chamar kizomba que significa "festa" isto quer dizer que passou de expressão linguística a dança. A entrada do zouk influenciou muito o estilo musical que esteve a perder a sua raiz que até foi chamado semba-zouk, elemento que deu muita polémica, mas que ainda continua com o nome de kizomba, mas que também já tem um corpo como música e dança kizomba. O zouk louve, e a tarrachinha, têm dado outros estilos na forma como dançamos nos bailes, porque os movimentos sensuais são concêntricos na sensualidade no rebolar das ancas com movimentos muito sexuais.

Algumas danças de Angola

KAZUKUTA
É a dança por excelência que é de sapateado lento, seguido de oscilações corporais, firmando-se o bailarino, ora no calcanhar, ora na ponta dos pés, apoiando-se sobre uma bengala ou guarda-chuva. Os tocadores usam instrumentos como latas, dikanzas, garrafas, arcos de barril e, para algumas variações rítmicas, a corneta de latão e caixa corneta. Os bailarinos trajam-se de calças listadas e casacas devidamente ornamentadas, representando alguns postos do exército, cobrindo o rosto com uma máscara, representando alguns animais, para melhor caricaturar jocosamente o inimigo (o opressor).

SEMBA
É uma dança de salão angolana urbana. Dançada a pares, com passadas distintas dos cavalheiros, seguidas pelas damas em passos totalmente largos onde o malabarismo dos cavalheiros conta muito a nível de improvisação. O Semba caracteriza-se como uma dança de passadas. Não é ritual nem guerreira, mas sim dança de divertimento principalmente em festas, dançada ao som do Semba. Uma dança de cadencia rítmica ligeiramente acelerada.

CIDRALIA
Está dança é de marcha lenta seguida de requebros. Os tocadores utilizam ngoma e dibabeu como no semba e um clarim para variações rítmicas. Quanto às bailarinas, os trajes são também idênticos aos da variara fazendo-se ainda representar por indivíduos mascarados de índios (gentios) com chapéus de grande plumagem, ostentando um escudo de chapa na mão direita, guizos nos tornozelos, missangas ao pescoço em posição cruzada e com o corpo totalmente sarapintando, desempenhado o papel de guarda do rei, rainha, príncipe e princesa que formam a corte do grupo.

DIZANDA
É dança carnavalesca da região da Província do Bengo.Marcha a celerada, rodopiada, seguida de ligeiras flexões. Os tocadores utilizam os mesmos instrumentos do semba, ngoma, e dibabeu ou outros de percussão julgados necessários. Os bailarinos trajam-se de saias compridas fixadas por uma grande vincadas por um arco devidamente ornamentadas com fitas caídas até aos tornozelos, blusa de mangas compridas também devidamente ornamentadas, usando chapéus de palha também ornamentados com flores de pano, trazendo na mão um abano ou uma palmatória espelhada e um apito comprido de dois sons para cadência rítmica do comandante.

MUKIXI
Os bailarinos mascarados da área cultural Lunda Tchokwe, usam mascaram, de varas, de resina e líber, pintadas com argilas, vestimentas de rede; saiote eromeiras de fibras; songos (Massongos), Nova Gaia, Malanje.

MASSEMBA OU REBITA
É uma dança aculturada, espécie de contra-dança cerimoniosa, a quimbunda traja panos fartos e bons, e é distinto mudá-los de dança para dança. Ela penteia o cabelo para frente. Os homens na época de pleno rigor vestem smoking. É uma dança de festas da sociedade luso-kimbundo do século passado.

EFUNDULA
É a maior festa das raparigas na puberdade, e da circuncisão entre os Lunda tchokwe com um grande batuque designado txissela. Durante o qual é da regra a maior liberdade entre os dois sexos.

Esta dança actual, evoca bastante a conhecida pintura pré-histórica de cônsul (lerida), figurando mulheres dançando ritualmente em tomo de um sátiro, o que traduz a manifestação do culto de fertilidade.

HUMBI-PUBERDADE
A prior poderíamos ser levados a classificar esta exibição como sendo de Uma torpeza repelente; porque não verá outra coisa, como gestos eróticos. Mas nas ideias de magia desta gente descobrirá um significado profundamente simbólico.

Nesta, as executantes dão um quarto de volta com o corpo, imprimindo um forte impulso alternativo às ancas e coxas direitas e esquerda.

Quando relacionado com a circuncisão, há proibições sexuais e individuais para todos os participantes do ritual enquanto os rapazes se encontrarem no acampamento, para não impedir a cicatrização das feridas.
Esta dança representa uma aptidão indispensável para o casamento.

KIMUALA
É dança dedicada ao espírito Dinyânga(caçador) exibida por ocasião da morte de um grande mestre de caça.Nas regiões de Viana e Ilha de Luanda o mesmo tipo de dança é denominado Mabalakata.O seu estilo rítmico deu lugar ao tipo de dança Semba no carnaval luandense.

REBITA
É um género de música e dança de salão angolana que demonstra a vaidade dos cavalheiros e o adorno das damas. Dançada em pares em coreografias coordenadas pelo chefe da roda, executam gestos de generosidades gesticulando a leve cidade das suas damas, marcando o compasso do passo da massemba. O charme dos cavalheiros e a vaidade das damas são notórios; enquanto dança se vai desenvolvendo no salão as trocas de olhares e os sorrisos entre o par são frequentes. É dançada em marcação de dois tempos, através da melodia da música e o ritmo dos instrumentos.
Existem em Angola mais danças populares como, o Gato Preto, Kwasa-Kwasa, Ndombolô e a tarrachinha que vão surgindo numa espécie de moda e com vida efémera.

KABETULA
É uma dança carnavalesca da região do Bengo, exibida em saracoteios bastante rápidos seguidos de alguns saltos acrobáticos, os bailarinos apresentam-se vestidos de camisolas interior, normalmente brancas, ou de tronco nu de duas Ponda saia feita de lenços de cabeça em estilo rectangular fixada por uma Ponda (cinta vermelha ou preta), amarrando um lenço na cabeça e outro no pulso, utilizando também um apito para a marcação da cadência rítmica do "comandante"

KIZOMBA
Kizomba é uma terminologia Angolana da expressão linguística Kimbundo que significa"festa" surgido em angla na década de 80 sendo uma fusão do semba (um predecessor do samba) com outros estilos musicais, a saber o Zouk. É dançado idealmente acompanhado por um parceiro, muito próximo um do outro e lentamente, podendo também ser rapidamente. Exige uma grande flexibilidade nos joelhos, devido à exigência frequente dos casais( pares) se movimentarem de cima e para baixo lembrando uma verdadeira música de salão. A influência do kizomba de Angola é sentida na maioria da África Lusófona e em Portugal..

KUDURO
Estilo de música e dança Angolana. Dança recreativa de exibição individual ou em grupo. Fusão da música batida, com estilos tipicamente africanos, criados e misturada por jovens Angolanos, entusiastas e impulsionadores do estilo musical, adaptando-se a forma de dançar, soltando a anca para os lados em dois tempos subtilmente, caracterizando o movimento do bailonço duplo.
Da dança Sul-Africana denominada “Xigumbaza”, que significa confusão, que era dançada pelos escravos mineiros, enquanto trabalhavam mudos, e surdos só as vozes das botas se faziam ouvir como um canto de revolta, adaptando-se ao estilo musical Kuduro.

DANÇA DA FAMILIA
Dança da Família por ser dançado geral em grupo exercitando o mesmo passo varias vezes em coreografia coordenada pelos participantes na dança. Dançada normalmente em festas ou em discotecas.

 

TARRACHINHA
É uma das danças modernas da Angola moderna. Ao contrário da Kizomba dança-se de forma normal rítmica, evidenciando-se a sensualidade e até certo ponto o erotismo.